O ÚLTIMO POST DO AUDIOCHROMA

Em 2006 reunia-se, como era de costume, um grupo de amigos em torno de uma mesa coalhada de cervejas. Como fundo, despejava-se das caixas de som uma variedade enorme de estilos. A conversa roda em torno de Música, Cinema e Literatura. Mas, principalmente, Música. São praticamente três enciclopédias musicais. Adoram “caçar” sons internet afora, loja de discos e sebos. Lá pelas tantas alguém chama atenção para a compartimentação da maioria dos blogs que disponibilizavam álbuns para download. Os maiores eram sempre muito específicos, determinando estilos ou recortes temporais para suas publicações. E aí surgiu a idéia de um novo blog cuja característica principal era a diversidade. Nascia o AUDIOCHROMA que hoje, não sem um certo travo, retiramos do cyberespaço. Foram mais de mil postagens. Milhares de downloads. Centenas de e-mails e comentários e mais de uma centena de paises visitantes. Temos certeza que muita gente se tornou fã de determinados artistas ao descobrir aqui neste espaço sua obra. Essa era a tônica do trabalho.

Como todos sabem sofremos uma campanha cruel de denuncias. O astral foi a zero. Superamos e recomeçamos os posts. Recrudescem as denúncias. Os links começam a ser bloqueados nos servidores. O próprio Blogspot recebe constantemente indicações contra o AUDIOCHROMA. Nunca entendemos isso. Nunca nos preocupamos em ser o mais visitado. Nem no Google aparecemos. Preferimos sempre manter a coisa bem “manufatureira”. Mesmo assim não fomos poupados.

Os tempos mudam, e mudam muito lepidamente com a Revolução Virtual que ainda não chegou a todos. Mas mesmo assim o impacto sobre a comunidade humana é visível. É um instrumento de democratização do conhecimento como nunca antes se assistiu na História da espécie. Os mais diversos setores da sociedade começam a se adequar a esses novos tempos. É de se esperar que a produção artística também o faça. Livros, discos, filmes já não se constituem em privilegio de uma elite de fundos e largos bolsos. Uma tomada, um micro e uma conexão razoável e a rede abre perspectivas inenarráveis. Coisa impensável tempos atrás, temos o patrimônio cultural do Homem a distancia de um click.

Fala-se de Direitos Autorais. Compreendemos o conceito e entendemos o direito sobre o processo criativo. Assim como entendemos a reação à abertura, ao acesso geral e imediato da fruição artística. O autor merece recolher o fruto de sua genialidade. Mas quem mais é merecedor de morder sua fatia? È aí onde se encontra o Nó Górdio. Sentada em gordos lucros uma indústria predatória se recusa a abandonar o velho modelo que lhe garante o controle não somente da obra mas do artista e de seu público. A net veio dar um basta a isso tudo.

Acreditamos que demos nosso contributo ao partilhar, a democratização do conhecimento. Mas somos humanos e não profissionais vazios de passionalidade. Nada retiramos daqui senão a satisfação de ver o numero de donwloads aumentar. A alegria de receber um mail, um recado, um comentário. Ver isso tudo se esmaecendo, morrendo lentamente em função de denuncias é por demais doloroso. Por isso a decisão de fechar de vez contra a tendência de deixar o espaço aberto até o expirar de todos os links. Não suportaríamos entrar no blog (sim, pois não resistiríamos) e encontra-lo entregue as teias de aranha, fermentando no abandono. Encerremos então o AUDIOCHROMA com a mesma dignidade que o mantivemos.

Isso posto, deixamos aqui todo nosso carinho, nossa imensa alegria pelo convívio com nosso(a)s visitantes, nossa saudade até. Vai ser estranho não ter um calendário de postagens a manter, as reuniões acerca do acervo, os telefonemas eufóricos quando determinado álbum atingia altas cifras de downloads. MUITA OBRIGADO MUITO OBRIGADO MUITO OBRIGADO ... PARTILHEM PARTILHEM PARTILHEM

Stratocara, Punkadas e Stagger




Cuide-se Bem

Guilherme Arantes



Cuide-se bem!
Perigos há por toda a parte
E é bem delicado viver
De uma forma ou de outra
É uma arte, como tudo...

Cuide-se bem!
Tem mil surpresas
A espreita
Em cada esquina
Mal iluminada
Em cada rua estreita
Em cada rua estreita
Do mundo...

Prá nunca perder
Esse riso largo
E essa simpatia
Estampada no rosto...

Cuide-se bem!
Eu quero te ver com saúde
E sempre de bom humor
E de boa vontade
E de boa vontade
Com tudo...

Prá nunca perder
Esse riso largo
E essa simpatia
Estampada no rosto...





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theAUDIOCHROMA reaches the end. Thanks to all and goodbye



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